❝...hoje pensei sobre algo diferente do que normalmente penso ao acordar. Mas, o que importa né? Me lembrei do rosto de sono, do abraço apertado, de te colocar colada em meu peito magro e achar que ali era tudo o que você precisava para ser feliz. Me vejo como alguém triste, que faz da solidão seu melhor momento. Carrego nos ombros, a certeza que cometi um erro e não tenho mais como corrigir. Talvez seja isso que tenha mudado em mim, essa indiferença com as outras pessoas, com as expectativas que eu tinha e não tem mais o mesmo sentido de ter.
Lutei tanto, poetizei o meu mundo de uma nova cor, mas só me sinto como alguém que não quer mais ficar. Um dia desses, cheguei bem cedo e sentei na sua porta, vi que era uma bobagem, voltei e fiquei em casa, segurei minhas mão com força e disse a mim mesmo que nada disso era real.
O dia está frio, não tinha mais ninguém nas ruas, poucas pessoas andando, semáforos na cor laranja sinalizando apenas atenção, foi um desespero que precisei voltar atrás. Fiz o mais rápido que pude, só me dei conta quando estava na BR indo para lugar algum, minhas pernas estavam inquietas, parei num posto e tomei um café expresso, sem açúcar, tentando fazer com que minhas mãos pálidas voltassem a ter cor.
Compreendi o quanto esses momentos precisam ser controlados, o quanto cada medicamento tem sua função específica, o quanto a saudade dói e não temos a mínima noção do que fazer para amenizar esse machucado. Senti fome, sede, sussurrei bem baixinho minhas palavras de socorro, pois os sentimentos estavam muito além das lágrimas que não cessavam, eu tentei ler minhas entrelinhas, para descobrir algo que me confortasse, mas só via um vazio, que a cada segundo, era escavado cada vez mais.
Te amo, em códigos invisíveis, fazendo cálculos incompreensíveis mostrando ao mundo como sou estranho estando tão distante de você...❞


- marcosask -


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