"...hoje, o dia está difícil demais, ao menos, dói menos, faz frio, sinto as mãos dormentes. Tento prometer a mim mesmo que vou te esquecer amanhã, e que, quem sabe, daqui há alguns anos, tudo não passe de uma lembrança boa que teve um final ruim. Isso, foi tudo o que desejei, em todos os anos que se arrastram lentamente. É bem isso que meu coração sente, me vejo, a cada dia, afogado com os braços amarrados sem saber nadar, onde o mar estava agitado, com chuvas e eu não conseguia subir para respirar. Sinto que devo apenas esperar o sol de pôr enquanto o dia se vai, até eu morrer em ti e nunca mais voltar. Me sufoquei nas minhas próprias escolhas, e estou muito longe de ter uma remissão de tantos pecados. Estou, cada vez mais fundo, me vejo esquecendo a vida que vivi, tudo o que senti, por uma incerteza que pode me trazer a maior das dores. A saudade, a lembrança do domingo comum, de quando era simples acordar, ver o sol nascer e você me pedir para voltar, deitar e ficar mais