Tento prometer a mim mesmo que vou te esquecer amanhã, e que, quem sabe, daqui há alguns anos, tudo não passe de uma lembrança boa que teve um final ruim.
Isso, foi tudo o que desejei, em todos os anos que se arrastram lentamente. É bem isso que meu coração sente, me vejo, a cada dia, afogado com os braços amarrados sem saber nadar, onde o mar estava agitado, com chuvas e eu não conseguia subir para respirar.
Sinto que devo apenas esperar o sol de pôr enquanto o dia se vai, até eu morrer em ti e nunca mais voltar.
Me sufoquei nas minhas próprias escolhas, e estou muito longe de ter uma remissão de tantos pecados. Estou, cada vez mais fundo, me vejo esquecendo a vida que vivi, tudo o que senti, por uma incerteza que pode me trazer a maior das dores.
A saudade, a lembrança do domingo comum, de quando era simples acordar, ver o sol nascer e você me pedir para voltar, deitar e ficar mais um pouco ali.
Desculpe pelo meu erro, mas saiba que não consigo respirar sem ter na lembrança, seus cabelos vermelhos, sua respiração leve e teu toque sublime, no teu olhar profundo e a necessidade de mais um dia feliz.
Desculpa por tornar seu sonho impossível, por te trazer tanta dor e ter medo de te deixar partir, de não poder te amar com a mesma proporção, de ter engolido a seco tudo que um dia, você escolheu para nós.
Me desculpe..."
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