❝...todo dia pode acontecer um novo acidente, isso sempre me foge a compreensão, por mais que sejam palavras doce do último dia de primavera, eram momentos inconstantes onde desacreditávamos que algo poderia dar errado. Ela cética, marcava em seu livro fases que eu deveria ler, independente dos tropeços que eu fazia entre uma linha e outra.
Quantos mundos deveriam ser destruídos para que o nosso pudesse ficar seguro?
Sempre saltei de olhos fechados e braços aperto em qualquer precipício que me pedisse fazer, meus medos viajam somente em sonhos sem definição enquanto seguro minhas mãos suadas e trêmulas por ter medo do dia de amanhã ser exatamente o que acontece hoje.
Mas a tristeza em meu olhar é sempre confundida com sorrisos que preciso plantar a pessoas que não devem saber exatamente o que se passa, é um cansaço diário dos dias que surgem sem graça com rotinas gigantescas ocupando qualquer segundo que minha cabeça devaneia até você.
Não há mais um pôr do sol bonito em minha janela, não sou mais digno de viver um uma reação magnética que une duas peças em uma independente do meio que estão, apenas aceito que o momento certo acontece somente uma vez. Errei em deixar o tempo passar, nunca te culpei de fechar o portão e te odeio por ter feito.
Me sinto hoje com uma piada sem graça contada no pior momento, seguido por olhos frustrados e expressões vazias de quem não quer mais dizer uma só palavra.
Você hoje é um oceano de desejo, que transborda e dar sabor ao mundo que lhe pertence, enquanto eu era dono de um dilúvio frio que fazia chover palavras sem significados, dono de "sonhos difíceis demais para interpretar", responsável por apagar o fogo que crescia sem prudência em nossos corações.
Mas, ainda me considero alguém com sorte, pois acidentalmente vivi uma vida para ser lembrada por outras vidas, escrevendo cartas ao vento sem ter mais intenção de trazer ninguém aqui...❞
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