❝...algumas lágrimas agora. Cantei bem abaixo do céu. Tentei passar sem me ferir entre tantos escombros. Encontrei diversos livros empoeirados, mas nenhum tinha o seu nome. Eram lágrimas de puro sal, a tempestade era aterrorizante. Fechei os olhos para adormecer imaginando o que a solidão ia fazer com esse pobre ser, sozinho. O chão foi meu consolo, frio mas estava me fazendo sentir alguma coisa além da minha própria dor. Minha dor é sempre uma guerra, sempre é acompanhada de morte e medo. O caminho é escuro, nunca enxergamos um palmo a frente, cada passo pode virar um acidente. Tudo começa a desabar, as ferragens conseguiram me manter ainda vivo. Queria me desculpar por trazer tantos sofrimentos. O som da sua gargalhada é a unica coisa que me fazia ser vivo. Me sinto fraco, sem ter apoio, assim o fim começou. Sempre a minha dor é uma quase morte. Sempre me vejo soterrado, aos poucos com bastante esforço, consigo sair de meu mecanismo de defesa. Saio devagar, sem abrir os olhos. Aos poucos as borboletas coloridas surgem. Meus joelhos e mãos sempre tão sujos, a boca tão seca. Tudo pode terminar de desabar agora. Pintei no muro o seu nome, a tinta era vermelha. Queimava minhas mãos enquanto tentava ver outras cores. Os raios da tempestade começa a iluminar o terror que existe em mim. Escrevi tudo no meu diário, está tudo rabiscado além de aqui, dentro de mim. Sei que toda guerra terá um fim. Todo fim é de certa forma um um novo recomeço. O inverno é eterno, mas hoje a primavera venceu com o seu céu azul, deixou o seu meu ser muito mais bonito...❞



- marcosask -




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