montanhas, não vazias


❝...em minha cabeça, todas palavras tem um sentimento,
por mais que estejam mal escritas,
como os verbos sem conjugação,
são ditas num livro que quase ninguém deve ler,
apenas aquela que guarda os meus sonhos,
no lugar onde só ela sabe que existe.

eu
ainda
lembro
teu colo
lindamente
calmamente
o toque nas suas
mãos, tão macias
da agonia que é, te
esperar, e de manter
no inevitável silêncio
as lágrimas que caem
quando é agressivo o não
e faz o coração, bate forte
a liberdade que não quero ter
em ver novamente nos meus olhos
um pouco mais do que é feita a saudade
e traz em cada pedaço desse amargo chocolate
uma pitada da mais impiedosa, dolorida e triste solidão
evitando em sonhos, o momento de bela e perfeita afeição
me tornando escravo diante da calmaria da sua respiração
que é mais intensa a cada palavra minha que te toca
de maneira tão incompreendida aos que rodeiam
o deslumbramento que é o mundo nosso
que tem a beleza mais bela o nosso som
vindo das mãos sempre trêmulas
do suor que custa em pingar
a cada encontro esperado
no desesperado que é
cada olhar seu
com o que é meu
em livros que tem
as canções que custam
em querer trazer a lembrança
da nossa demência de não enxergar
como os problemas que precisam existir
quando acontece um tremor em cada contato
por mais que toda fuga da realidade persista
é desesperada a busca de um pelo outro
nas palavras que ainda tentamos dizer
no silêncio da paz que não dá para manter
quando deveríamos somente aceitar que acabou
e deixar nossa rotina esmagar o tempo que ainda passa
paralisando as lembranças que não devem ser esquecidas
trazendo intensivamente o fogo no amor que nunca morre
deixando que apenas um abraço matinal seria nossa vida
sem a disputa insana pelas migalhas que nos alimentam
que sobram da inocência que é amar a irracionalmente
não só um amigo para hoje, mas para o sempre
que está se perdendo em meus cadarços sujos
desamarrados como uma declaração do amor
que traz sem querer os olhares brilhantes
mesmo que o mundo caia ao lado
fragmentando a vinda que resta
procurando bem no começo
a causa do fim inesperado
onde não há concordância
entre o nexo de ser assim
tão sem noção de tudo
mas com o doce amor
que ainda tento achar
em cada gesto seu
nos olhares meus
e vento passa
traz o cheiro
o seu
mais
intenso
sabor meu
que me deixa
com lábios molhados
e faz eu viver o vazio que é
a necessidade de ter o que não tem
buscar as respostas que o mundo não dá
no constrangimento de ter alguém em mim
que nunca pôde ser minhas tão simples palavras
diante da genialidade que é você perante ao outono
forçada a viver da tão dita covardia das condições
onde me esqueço de mim para ser o mais simples
abandonado num mundo diante da decepção
tentando brilhar um universo sem estrelas
sendo mais um ponto vazio da escuridão
entre os textos tão vividos em dias cinzas
quando o inaceitável é a nossa única condição
e existe as prosas inesperadas pelos lábios secos
que faltam a voz convicta do triste coração
matando todas possibilidades de talvez ser
apenas mais um erro de percurso evitável
quando as lágrimas dão a dura solução
que é não poder escolher uma vez
o caminho que vamos seguir
a cor da pele que quero ter
quando a saudade doer
a falta que ainda é
viver o que aqui
existe o vazio
no silêncio
sem ter
você


Feche os olhos, 
poesia minha, 
esse é o meu, 
primeiro adeus...❞



- marcosask -




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