quarta


❝...a chuva, o quanto observo e lembro de seus olhos, nele enxergo todas as cores que há no mundo, enquanto vejo, espero uma resposta para te tirar do buraco que você mesma cavou e entrou. Eu sei meu bem, imagino o quanto é escuro e frio, eu entendi o que vi, o que me deixou saber. Não me colocaria nunca no seu lugar, eu fugiria, jogaria tudo para cima mesmo sem saber para onde ir. Eu iria te pedir para me salvar. Clamaria por socorro, acho que a minha presença te causaria medo por mais uma vez. Me sinto ser o mal do mundo disfarçado de um rosto que dizem ser bonito, que tem um sorriso envergonhado só para enganar que estou bem o tempo todo. Acho que a resposta é por que eu sou diferente, tudo que sinto, é que vai piorar a cada segundo. São erros inconsequentes, não existe necessariamente uma lógica, acho que está na minha essência fazer tudo errado, de observar errado, de sentir errado o que não deveria sentir. Deve ser uma doença sem cura que só diminui os sintomas com altas doses de solidão. Assim não machuco mais ninguém. Devo me odiar, odiar todo esse vazio. Não se culpe, não é por sua causa que me sinto assim, não ache que procuro em você a única saída para a minha esperança, vivo procurando hoje, apenas a saída de emergência e *guardo os pulsos para o final. Em você, teria o caminho para minha paz, mesmo sabendo que tem muito haver comigo, que se parece comigo e isso me faz gostar mais de ti, gosto de saber que o meu jeito tão estranho de organizar as palavras te fazem gostar mais de mim. Acho que essa seria a única frase que deveria estar escrita nesse texto. Sei que é feliz, e saiba que nem sempre gosto desse sentimento. Mas queria que soubesse que me esgoto facilmente da felicidade. 
Aprendi a ser assim, alguém que fecha a porta quando não tem mais porque manter aberta e esperar, acho que só estou aqui para te seduzir e ir embora. É o que me pede, é o que faço. Vou embora como todos se vão, mesmo que haja uma imensa vontade de ficar, de te dar mais prazer. Eu nunca te ligo mesmo, não sou mais tão bonito e intenso como na primeira vez. É um circulo que se abre e se fecha como todos os outros. Devo ter orgulho de ser assim?
Pois me sinto bem, sei quando as coisa vão mal, quando devo dar as costas e seguir, sei quando perco e não volto nunca atrás. Me orgulho bastante disso tudo, da minha capacidade de esquecer o que se deve e cair de braços abertos ao novo. 
Assim, aceito ver tudo escapando entre os meus dedos como as mão que não mais toco. Como uma fumaça, vou ser esquecido também como esquecerei. Parou de chover lá fora, sabia? Ainda estou aqui escrevendo, esperando que as palavras se acabem. 
Não sabia que a sua capacidade de migrar de coração era tão parecida com as nuvens viram chuvas e vice versa. Mas não devo mais ter lágrimas, de que adianta me ver chorando, se nunca te vi chorar também? Queria que visse o meu ódio, o quanto isso grita. Esse meu mundo esta sujo e não há como lavar todas essas manchar, são maiores que a Africa. As vezes me sinto como um terror ambulante, um caos que não acaba e que preciso carregar para distribuir a todos. Sei que existe anjos que tentam me ajudar, me rendo aos abraços, mas meu coração, é tão sem rumo que sempre desistem, o caos sempre me leva ao caos. Volto sempre ao mesmo lugar. Esgoto todos, sempre faço isso, assim procuro me afastar antes da necessidade do adeus, sem que seja recíproco, e assim ganho uma última boa lembrança para guardar junto as que também foram embora.
Queria avisar que a culpa é minha, que não devem se aproximar, não sou uma boa pessoa, vou magoar sem ter noção de estar magoando. Não sei lidar com as pessoas que tem uma boa vida. Não tentem me ajudar, sinto que nunca vou conseguir ser diferente...❞



*pitty - pulsos



- marcosask - 



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