❝...começou a chuva lá fora, como eu queria sair, lavar a minha alma confundindo as minhas lágimas com as gotas que caem do céu. Tirar o peso tão e sempre pesado, sentir um pouco de liberdade tendo os pés imóveis na eterna dúvida entre seguir ou esperar. O cheiro úmido invadiu o meu quarto, as persianas ainda estão quebradas e as cortinas mal colocadas não evitavam o frio. O sol tinha desaparecido por completo nesse fim de tarde, ele não se pôs para mim, não mostrou o seu poder laranja para me fazer mais insignificante. E assim, meus olhos derramaram litros e mais litros, foi incontrolável e doloroso ver no chão as minha lágrimas. Onde então chovia mais intensamente, lá fora ou aqui dentro? Dentro de mim estava inundado nas minhas angústias e tantas incertezas dessa vida tão amarga, eu vivi tão pouco, hoje acho que cada vez menos, queria tanto poder te falar sobre o mínimo que descobri nessa curta caminhada. Aprendi algumas coisas boas, algumas delas só cabiam a mim saber, tentei só guardar o que cabia a mim e fechar as portas para o que a vida joga sem pedir licença. Sabe o sol que diz quando devemos sair de casa, aquele que aquece e arde, ele não brilha mais para mim. Acho que as esperanças se foram, como a chuva molha o solo mas some ao passar do tempo, ela sempre caia, mas o chão tinha que secar, e é exatamente como deve ser. Não adiantava acompanhar os pingos, não tinha como mudar o caminho natural das coisas, não devia chover mais do que se deve, acompanhar os pingos, foi em vão. Chorei desesperadamente para chegar a mesma pergunta sem resposta, no chuveiro, a água sempre esteve fria, quase raramente morna, mas nunca senti verdadeiramente o calor. Não adianta mais essa corrida, minha sede é de vida, minhas lágrimas é por ter perdido tanto e não te vivido como gostaria, perdi tanto, tudo, incluindo ainda o pouco que resta em mim. É difícil esse desabafo, mas perdi tanto que, mesmo vivendo assim, triste, cansado, esfaqueado a cada momento inesperado, essas lágrimas não vão durar para sempre, mesmo que durem, ficarão escondidas. Por quantas vezes as maquiagens apagam nossos traços, cicatrizes que o tempo faz. Fingir felicidade tem funcionado bem, tem transformado tantos surtos em simples dores de cabeça. Ontem limpei o meu rosto, fechei as janelas e deixei ficar escuro, compreendi que não preciso necessariamente de luz, entendo que é necessário iluminar as coisas com a minha luz interior, e essa nunca deve se apagar. E assim percebi, que ela esta acesa, pois ela é você...❞




- marcosask -



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