❝...a pouco fechei meus olhos, aguardei até sentir o primeiro sinal de sonolência, tentei lembrar de coisas boas, e me veio a lembrança de como minhas mãos tocavam suavemente a sua, como nossa pele se tornava um só corpo em momentos que nossa respiração ofegante faz o corpo entender o que é vida. Sabe quando astrônomos falam de planetas que podem se chocar e virar uma nova galáxia? São coisas ditas e não vistas pelos olhos, mas conseguimos imaginar.
É o que sou, você consegue entender?
Sei que o azul do céu não é azul exatamente, mas eu consigo fazer a felicidade viver em mim, mesclando a mentira com nuvens pedindo um dia da mais perfeita chuva.
Sempre sonhei com um dia de chuva, o toque suave das minhas mãos em teus lábios, intimamente meus, acompanhando cada gota que se perde, escorrendo em cada milímetro de teu corpo, que posso chamar de meu.
Estava escuro, eu não entendia porque devia ser assim. De repente as nuvens foram cobrindo minha visão, te procurei, mas você sumiu de mim.
Pisquei várias vezes imaginando sua volta, mas só tive lembranças de alguns dias com sorrisos reais. Você se afastou e eu não fui homem o bastante para não te deixar ir. Meus olhos se perderam no vazio do céu azul, no escuro de uma noite sem lua ou estrelas. Com o passar do tempo, me sinto inalcançável, distante de tudo, vazio e sem vida.
Você segue seus passos, sempre foi assim e não posso ser um alguém que interfira nisso.
Mas eu queria ter a lembrança de um céu laranja, da lua amarela, da chuva que veio e não podíamos ficar. Mas só vejo um céu sem céu, onde o vazio me faz esperar pelo sentido que não tenho mais, deixando na cabeça as palavras que magoam tanto, guardadas no pior lugar da memória, como o primeiro toque e o último adeus, de portões fechados, de sonhos interrompidos...❞


- marcosask -


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