❝...me pergunto sempre se ainda se lembra do meu cheiro, daquele calor que exalava da minha pele, se guarda o toque das minhas mãos em seu pescoço, nos ombros, e em tudo mais que se chamava de "meu".
Você não quis me ver com dor de cabeça, de reclamar do cansaço do dia, ou acordar durante a noite após um sonho ruim, você não quis me ver acordar.
Não sabe como gosto de deitar no chão e esticar os braços, não sabe como me viro durante a noite procurando o seu abraço.
Esqueceu a textura dos meus lábios, de como molho suavemente onde beijo, de como minha respiração ofega ao sentir o cheiro do seu ombro ao pescoço.
Lembra de quando trilhava o seu corpo com as minhas mãos? Como chegavam facilmente nas suas, mesmo que estivessem indo em outra direção!

Eu queria que escrevesse com as unhas, nas minhas costas, suas melhores palavras de amor.

Queria gritar para dentro essa minha dor, gostaria de ouvir seus desejos bem baixinhos, entender que além da alma que temos, existe também uma carne viva, que sente dor e prazer.
Queria que me afogar em seu beijo e me enforcar no seu mais alto clímax, onde não existisse nenhuma outra lembrança ou sentimento, que o único motivo de ter vivido e lutado até hoje, fosse esse, sem meio ou fim.

Mas é revoltante, é dolorido, se tornou impossível, não cabe mais em nós.
Não é que a vontade se foi, nem que toda dor que nos uniu, se acabou.
Apenas não dá mais, ainda dói, ainda existe, só não dá mais...❞


- marcosask -


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

não importa o tempo

votos