❝...a morte, é um signo sem datas, para ela, não importa o que sabe, o que leu, se é segunda ou domingo. É um desencontro entre a vida e a vontade de viver, não é o fim de um dia que nascerá novamente, é um cronômetro contando o contrário do que é viver. A morte não vai fazer seus amigos ouvirem musicas altas e loucas, nem abraços com inúmeras gargalhadas, ou simplesmente, ninguém vai gostar de te ver. Ela não é como um beijo apaixonado, como um banho de chuva, como o frio que existe perto do mar. Nela existe uma poesia, são palavras cuidadosamente ditas, um choro e desespero incalculável, uma imensa vontade de colocar no colo, quem não existe mais. É injusto, triste, mas necessário. Na vida, a paz nunca existiu, na morte, a tristeza é incalculada. Sempre há ressentimentos, descaso e culpa sem a possibilidade de se desculpar. A morte traz agonia e tédio, a estima cai, a solidão e impotência andam de mãos dadas, a invalidez das palavras são abandonadas junto a saudade e o silêncio. Não há como se arrepender, não há mais o que fazer, simplesmente acontece quando deve acontecer. Agente se cansa de tudo, somos impacientes, não serve viver das boas e más lembranças, não dá para segurar a depressão, não se tem o alguém vivo para sentir o alívio de ter a dor de volta. A vida é um enumerado de desvantagens, são constantes desventuras seguidas de falsos sonhos. A morte só vem para provar que não é necessário mais viver, que não precisamos mais sentir a dor que tanto dói, que chorar só é dor quando é visível, e que o invisível, é só quem sente, que sabe. 
Saudade...❞



- marcosask -



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