❝...respira, profundamente. Conta expirando: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Solta devagar.
Sabe, acho que essa tal de ansiedade tirou tudo que eu tinha abaixo dos meus pés, meu sono, aquela vontade de ser quem um dia fui e não me reconheço mais. Acredito que percebi o momento certo de sumir, desaparecer das vidas dos outros sem deixar rastros. É bem assim que é, bem assim que acontece. 

Afinal de contas, "não há mais porquê".

Estou junto "a tantas pessoas que gostam de mim", por mais que seja verdade, apenas me sinto só, apenas me sinto só. Deixei de reconhecer meus olhos, cabelo, sorriso nem aparece mais. Isso é a pura verdade.
Tenho ouvido músicas no mais alto volume, ao ponto dos meus ouvidos doerem, numa tentativa frustrada de ocupar minha cabeça enquanto faço coisas de maneira automática. É assim que é, foi o melhor possível que consegui até o momento.
Essa ansiedade do fim da tarde, tirou tudo o que existia em mim, simplesmente acabou.
Adeus amigos, pessoas, coisas que gosto, adeus sorriso que diziam ser radiante. Estou cansado de tentar, estou finalmente desistindo de mim. Estou inteiramente desorientado e não busco mais melhorar, estou apenas esperando, aguardando, quem sabe isso me suga de uma só vez, sem dó, sem medo. Sinto que já estou morto, apenas sei que preciso ainda estar vivo para cumprir alguns obstáculos que eu mesmo criei. 
Cheguei ao fim ansiedade, está feliz agora? 
Mas se é o fim, para que me mantém vivo?
Talvez esteja esperando o próximo passo, ou quem sabe um novo salto no muro, sem enjoo, sem vento, sem sol ou luar, apenas o céu pintado de preto.
Não quero fazer mais mal, nem ser o problema de ninguém, mas não consigo mais carregar a mim mesmo....❞



- marcosask -


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