❝...me falaram sobre a singularidade, não foi bem uma ofensa, mas fiquei sem conseguir responder, foi dito diretamente para mim, não tive como elaborar um contexto. Há poucos dias, éramos tudo, andávamos buscando o inalcançável, eram duas vidas se tornando uma só a cada encontro. Tudo que se resumia a nós, poderia ser facilmente comparado a mais devastadora tempestade. Tudo acontecia quando tínhamos um nos braços do outro. Nosso sorriso, nosso cheiro, tudo nosso, era o que nos motivava a "viver perigosamente". Eu sei que entrei numa guerra sem armas suficientes, sabia que ia perder, mas era a única coisa que eu tinha, sei que não fui o suficiente, o quando meu chão é inseguro, mas foi nele que senti os seus melhores suspiros. Sinto falta do medo, daqueles arrepios que meus braços chegavam a arranhar quem encostasse. 
Me arrependi em acreditar que a chuva viria, que o mar um dia estivesse agitado, que nenhuma chave pudesse abrir o que com amor foi fechado. Procuro algo bom para não cicatrizar a dor que ainda sinto, todos os dias quando o sol nasce. Me sinto cansado, não desejo mais amar. A única coisa que tenho ainda, é um pequeno frasco cheio com minha lagrimas, guardado onde eu prometi que ia esquecer. 
O sono nunca vem completo, sempre vem a sua lembrança, sempre quando estou só, independente do que esteja fazendo, meu pensamento é guiado até você.
Queria poder encher a cara, engolir todas as doses de você, olhar o relógio marcar às 3:45 da madrugada, saber que em cada golada, um pouco de raiva e saudade está descendo garganta abaixo. Eu sinto tanto a sua falta, desde que seus olhos me viram até quando me ignoraram. Sinto ainda o seu beijo, seu cheiro e calor.
Éramos tanto, podíamos ser tudo por sermos plural. Assim, hoje sou alguém singular, martelando na consciência, minha inconsciente dor...❞

- marcosask -


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

não importa o tempo

votos