❝...não há tristeza, não existe alegria, é apenas um texto vazio, ele não é o que mais gosto, não fala necessariamente da saudade, e não será orgulhoso assinar embaixo. Nele queria, mas não tenho mais as melhores palavras, queria que fosse longo, mas também tentei deixar breve e curto. Tentei, mas não houve sequer uma poesia, está sem lógica, talvez haja sentido, mas não é um sentido para definir. Queria um drama, mas pareceu uma comédia, existe um deprimido sorriso, sem dor.
Tudo começou com um simples "não", depois veio um pedido desnecessário de desculpas, que nunca foi concebido e nada faria deixar de errar. Uma constante espera, puro e sufocante, instável e explosivo. Não terá aqui e nem em outro lugar uma métrica, essas palavras estão mais do que embaralhadas e sem gosto, é uma reação em cadeia que faz com que cada letra se transforme na pior bomba já construída. Não é mais um exagero, e nem algo sem importância, pode considerar uma tempestade, ou um início de chuva com aquele cheiro molhado e gostoso. 
É mais uma das milhares de centenas de vezes que falo da saudade, imaginando em tocar uma canção num violão desafinado, apenas para chegar de algum jeito onde não é mais me permitido ir. 
Estou com a sua caixa de desejos, são seus comigo, é o que sobrou dos nossos fragmentos que poderiam ser tudo além das palavras, mas você escolheu assim. Pediria perdão, mas não sei fazer por não saber perdoar. Sabe, sinto ódio, sinto ódio de você por insistir em nos deixar separados, mesmo que isso nunca tenha nos distanciado o bastante. Sempre forçaremos essas paredes, sempre. Nossas histórias podem ser motivos de chacota, pode ser considerado algo fajuto, um embaralhado de linhas com várias pontas de uma mesma e única cor, pode sempre estar distante, não tanto que alguns quinze minutos não resolvessem. 
Esse tão pedido "nós", que existia entre cada dia nos sinas "mais ou menos", é o que sempre fez prevalecer não só a minha vontade, sim a nossa em acreditar que tudo ainda vale a pena. Somos tudo, um para o outro, temos motivos para sentir dor, chorar e sorrir. Somos a inspiração, a criação, somos dois, mas em cada um de nós, tem um pedaço do outro.
Podíamos ser, poderíamos deixar nossas incertezas trilharem caminhos, seriam incertos, mas seria mais simples de acreditar. Sinto que ainda sou, mas na sua vida, meu nome, minha cor, meu cheiro, deixou de existir. 
A sua pergunta tem resposta: Sempre estarei aqui, mesmo que não queira, é a minha condição.
Sei que jogou o livro fora, que desamassou a página dobrada, que escondeu bem lá no fundo da lixeira cada detalhe meu. Ainda acho que deveria queimar, deixar o que a sua vontade pede, que o ego e o comodismo, te permita continuar.
E assim será, os textos chegarão a morrer sufocados sem voz, afogados nas lágrimas que sempre chegam quando os ponteiros apontam a sua hora de sorrir. Minha busca acabou, acho que foi a primeira vez que meus olhos foram fechados pelas pálpebras e não houve um sonho seu. A tristeza ecoou e fechou o meu palco vazio, as cortinas não irão mais abrir para mostrar ao mundo como é linda a minha princesa. Ainda te ouço, ainda tenho as suas frases, ainda tento aplaudir em silêncio. Mas essa minha morte, é o fim.
O amor sempre provocará dor, sempre será descoberto por quem não o sente, por aquele que a frieza é sua defesa. Sei que sempre haverá de mim a única coisa que sei fazer, sempre existirá você em minhas palavras, só sirvo mesmo para escrever sobre o amor, mesmo sem saber amar.
Abra as suas asas amor, prove a vida que não quer provar, quando quiser olhar para baixo, tente encontrar alguns cabelos pretos, alguém magro com um livro na mão buscando nas suas sobras de palavras, a resposta para a pergunta que não sai da cabeça.
Prometi deixar a borracha em sua mão, mas o lápis sempre será meu. É o que somos, eu vou criar o mundo, e você, é livre para viver o que bem entender. Nunca me importei com isso, assumo a culpa, sinta nojo, eu destruí o seu céu, a sua vida, mas me perdoe, não faço por mal. Nunca ficaremos bem, você mesma me assumiu isso diversas vezes, sempre choraremos por não ter um ao outro. Esse nosso sofrimento será um câncer de pulmão sem uso de cigarros.
Então, está na hora de chegar ao fim, é o terceiro ato, dessa vez não haverá uma corrida aos meus braços, te prometo mais uma vez o silêncio e apenas uma baixa troca de olhar. Vou molhar as pontas dos dedos para que a cada três palavras escritas, duas sejam apagadas por você, mas antes, deixe-me apresentar: Eu sou aquele sorriso de canto de boca, ainda acredito no céu tendo você como minha estrela, sou aquele que te matei dentro do meu coração, pois sei que mesmo assim, saberei exatamente onde te encontrar.

Agora apague as seguintes palavras: eu te amo...❞


- marcosask -





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