o fim, e meu mundo


❝...não há como sentir, é apenas o vento que sopra, mas não tem ar
os sonhos ficaram presos no fim do início
ainda ecoam pelo abismo, buscando o que não se encontra mais
as feridas, ainda doem, não se curaram, não há cicatrizes
os laços se quebraram, na casa sem céu, não existe luar sem atravessar a rua
tenho os olhos vidrados, as mãos trêmulas, sou órfão tendo pai e mãe  
meu cadarço sempre está frouxo, ando doente e sem motivos
queria plantar uma arvore, mas meu chão não tem mais vida
era uma estrela Deus, era só uma estrela no seu céu
havia flores, o cheiro da dor estavam nas mãos
estive em frente a sua igreja, confuso sem saber para onde ir
sinto o tremer das minhas pernas sem frio no ar
tenho delírios entre os carros, voando baixo por onde só se deve andar
preciso ser jogado em meio ao lixo perecível
me lembro dos escorpiões e de como cada ferroada me deixou feliz
estou doente, mas estou contente em meus motivos
eu posso abrir os olhos, afastar as nuvens e sonhar
posso me embriagar ao imaginar um céu vermelho
em aproveitar o amarelo do mar
em deixar a solidão me prender mais uma vez no meu quarto
me amarrar com seus braços invisíveis
no quarto de paredes brancas
trazendo na paz, toda a inquietação que é ser quem sou
aquele que traz a imagem lapidada de um bom rapaz
podre no seu melhor
enganando os olhos que insistem em me ver
fingindo ser quem busca algo bom
cego para quem insiste em me enxergar
indo sempre de encontro ao caos
sorrindo
tendo minha alma rodante
vivendo sem rumo
aguardando que a queda livre
traga mais uma vez o caos...❞


-  marcosask -



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