❝...hoje queria chorar na esperança de ser como a chuva, mas não consegui, tudo que eu fazia era criar apenas uma pequena poça de lágrimas que em questão de segundos secava com o mínimo de luz que entrava pela porta da frente. Tentei fazer os sentimentos morrerem para eu morrer junto. O calor que estava fazendo, queimava minha pele ao mesmo tempo que meu coração estava sendo composto de frieza. Meu tempo estava acabando. O limite que me foi dado criou um desespero nas horas que custavam em não parar de passar. Sinto que uma cachoeira que estava secando. Tudo estava me matando. Queria ser algo vivo onde houvesse abundância do que fosse necessário para me fazer continuar ser quem sou, mas estou triste, com muita sede, o pouco que tive dos seus doces lábios, me deram o paraíso mais distante e impossível que já conheci. Hoje mendiguei por atenção, não consegui florescer, as poucas gotas que vieram, não foram o bastante para parar de observar os meus pés. Logo eu, que por tanto tempo, sempre fui a maior tempestade, hoje estou seco. Minha alma esta perdida em algum canto desse quarto de paredes brancas, nas areias quentes do meu interior, existem crateras que não param de abrir, sugam tudo para um lugar desconhecido e infinito. Perdi o pouco de religião que tinha, mas preciso voltar a rezar, vou fazer todos os dias, com os joelhos doloridos, olhos lacrimejados pela dor desse chão áspero que fere minha carne e me faz sentir uma dor menor do que essa que tenho sentido. Mas peço para essas muralhas rugirem e que caiam o mais depressa possível, desejo que o tempo faça o seu devido papel e que novamente, eu naufrague no meu próprio mar, e que se eu tiver que morrer afogado, que seja com você do meu lado...❞


- marcosask -



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