❝...quando ouvi seu timbre de voz pela primeira vez, senti que vários muros se desmoronavam ao meu redor, como se estivesse procurando seus olhos por toda a vida e dai simplesmente estão ali na minha frente, igual a um acidente inesperado, o derramar de uma jarra de leite ou até a possibilidade de um erro divino, como se juntasse todas impossibilidades possíveis numa ascensão meteórica.
Como é difícil lidar com tantas cores que reluzem dos seus cabelos, reflexos escarlates faziam os olhos se fecharem enquanto meu desejo era somente sentir o gosto da sua boca, perigoso demais, silencioso e calmo como ver um trem passar disparado a sua frente, impetuoso e forte, sem a possibilidade de ruptura em seu trajeto.
Ficou claro perceber na mão de quem o poder de traçar o destino estava, por mais que não aceite essa justificativa.
Te beijei, sentido gosto de lágrimas, mas o âmago nos cativou instantaneamente, era tão óbvio que as forças do mundo não conseguiriam mover o chão que nossos pés pisavam, ali se cravou uma estaca em minha existência, não havia como me defender, tudo era inseguro demais, minhas dúvidas de libriano, movia todas as estruturas possíveis afim de chegar sempre mais perto, para ter certeza de que o sol realmente estivesse brilhando, ir de encontro ao acaso, sempre foi meu guia, mas nesse momento eu simplesmente tinha certeza, como posso lidar com isso?
Queríamos mais tempo independente de quanto tempo tínhamos, a urgência da nossa pele se tocar era cada vez mais evidente, podíamos estar há quilômetros de distância, uma única referência ao seu nome era como voltar ao primeiro olhar, diminuindo a respiração e procurando oxigênio tendo os pulmões cheios de ar.
Como posso chamar quem consome tudo que meu incêndio pode queimar?
Como posso deixar de marcar seu nome em minhas escrituras sabendo que amores eternos não duram tanto quanto o nosso?
Como posso lidar...❞


- marcosask -


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