❝...chega um momento que me dei conta do quanto tempo fiquei distante, sempre me perguntando por onde estaria agora, se olhava para o céu e a lua, se sorria quando via um arco iris, se seus olhos tão castanhos ainda tinha todo o brilho que sempre sonhei em meus devaneios melancólicos.
Mas, não tenho resposta, não tenho.
Assim é a vida, os anos se passam como as semanas que trabalhamos de mais e não nos damos conta que já chegou no final de semana seguinte. É assim que deixamos de pensar, por mais que vez ou outra alguma lembrança boba traz de volta alguma involuntária coincidência, a certeza que o peito não aperta mais fazendo a respiração fluir normalmente com a mesma leveza de sempre.
Imagino as vezes como seria um reencontro, será que uma tal felicidade ocorreria ou seria apenas como rever um amigo que nos separamos quando criança após uma discussão super boba sobre algum jogo eletrônico? Afinal de contas, não somos mais os mesmos.
Mas, será que em algum momento você saiu daqui?
O tempo faz com que tudo ao nosso redor mude, tão rápido demais que não temos a mínima noção de como aconteceu, sabemos apenas que estamos aqui, nem sequer te reconheço, por mais que ainda te veja, escute, não sei mais de quem estou falando, apenas te beijo em meus abraços noturnos em dias de frio que durmo sem lençol.
Sim, sou muito bobo, tolice minha pensar em algo de um passado que remoer faria meu coração bater novamente descontrolado como se você ainda existisse ...não há nada mais que eu possa fazer, ainda encaixo as lacunas de palavras em textos tão complicados de serem desvendados que confundem qualquer um, mas o significado dele está em um passado que dói tanto fazendo rever como é tão diferente hoje, ao ponto de não fazer mais sentido tudo que está escrito até agora.
É muito doloroso perceber isso.
Sei que não há possibilidades, afinal de contas muito do que se perdeu não passa de coisas guardadas em backups virtuais. A verdade é que EU não me aceito hoje como sou, estou preso no presente voltando ao passado somente em alguns poucos momentos, como se as pessoas ainda continuassem as mesmas, como se um dia enxergássemos um ao outro, não nos falaríamos, nem nos escutávamos, apenas seguimos na mesma direção até seguir novamente por caminhos opostos.
Com isso, está na hora de fechar esse livro definitivamente...❞
tive o prazer de ler há alguns anos atrás, um livro chamado pearl jam twenty, lançado em 2011, ele fala sobre o inicio da banda até aproximadamente uns 20 anos de estrada, em um certo momento, Eddie Vedder fala sobre a letra de black. "é sobre os primeiros relacionamentos, a música é sobre desapegar. É muito raro um relacionamento resistir à atração gravitacional da terra, para onde leva as pessoas e para onde elas vão crescer. Eu ouvi dizer que você não pode ter um amor verdadeiro ao menos que seja um amor não correspondido, essa é pesada porque seu verdadeiro amor é aquele que você não pode ter para sempre". me pego pensando após ouvir mais uma vez, como se levantar depois que tudo acaba, mesmo sabendo que todos os sonhos indicaram exatamente o contrário do que vivi, imaginando algo para uma vida toda tentando me firmar nessa realidade louca e até inocente, em alguns momentos. Eddie fala o quanto isso é difícil de acontecer e sempre que acaba, um abismo se abre diante dos nossos pés, tudo preto, sem sentido algum.
❝...só para deixar claro, eu nunca desisti do que quero
mas desisto do que dói
tem coisas que machucam demais
e assim se torna necessário desistir
pois é nesse momento que me dou conta
o quanto insisto demais
no que já desistiu de mim há muito tempo
às vezes, é necessário compreender que só fomos uma passagem de tempo
na vida de alguém que foi para bem longe, para um céu tão distante dos nossos olhos
se foi para brilhar a outro alguém
não adianta tentar tentar enxergar flashes de luzes e imaginar
ficar assim não me cabe mais, é uma permanência que chegou ao fim tarde demais...❞
- marcosask -
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