❝...a noite sempre silenciosa, coloco radiohead em modo aleatório até que chegue "no suprise", atenciosamente ouço dizer:

"sem sustos e sem surpresas
silêncio, silêncio
sem sustos e sem surpresas, por favor. 
(tire-me daqui)"

Sim, gosto dessa música, a leveza, como minha cabeça esvazia toque a toque, um relógio que apenas trabalha em sua única função e não se importa mais com o mundo ao seu redor.
Sim, se tornou novamente a minha música favorita, mesmo que não seja a melhor, mas no momento é meu hino. Não sou bom em definir as coisas, não sou bom em decidir as coisas, invejo quem consegue.

Você.

Decidir, encerrar, começar o dia de amanhã sem ter tanta influência do que se passou hoje, ter a convicção que hoje nunca será amanhã.
Talvez sejam coisas banais, apenas uma bobagem que minha cabeça não para de repetir num looping infinito buscando respostas que expliquem o último dia, um pedido de foto, algo que tornasse palpável o que estava completamente fora do meu alcance e guardado inteiramente dentro das tuas mãos.
Aquilo tudo foi imenso demais, ainda estou digerindo seus trinta sem ter mais forças para lutar, apenas aceito tudo o que diz e me calo, como se estivesse dentro de uma compreensão tantas respostas sem perguntas diretas, fazendo com que as lacunas das palavras nunca conseguissem ser preenchidas, induzindo a minha insônia te escrever milhares de pensamentos sem que haja uma direta intenção de chamar a sua atenção, pois isso já perdi, mas em contra mão, me assusta, pois a cabeça não para enquanto o coração palpita medindo as lembranças das tuas pausas.

Tuas pausas.

"silêncio, silêncio"

Espero que não acredite, mas vivo calado num fingimento eterno de serenidade e paz, meu medo é algo tão crônico quanto minha depressão, tudo é uma questão de tempo, tudo hoje me faz medo, tudo é impossível, não tenho mais necessidade de girar o mundo em quinze minutos. Não tenho nada a me esperar.
Assim, meus passos são lentos, perdi o controle de uma maneira que nunca imaginei acontecer, penso nas coisas que ficaram pelo caminho, no senhor das latinhas, no livro marcado que li inúmeras vezes e não tive a oportunidade de te falar, acabei esquecendo por doer demais sentir noites brancas em dias tão cinzas.
O cinza nunca foi você, por mais que queira se convencer disso.
Tudo aqui está inacabado, a bagunça no quarto, a louça sempre deixada para o dia seguinte, a lâmpada que queimou e não coloquei uma cadeira alta o bastante para substituir.
Tenho medo de acabar, pois acabar dói, até hoje dói.
Meu medo de ser só apenas me traz a solidão em dia que ela é necessária.
Arranhei sim de maneira desesperada usando minhas unhas, eram minhas iniciais, queria marcar a dor com o amor que exalava e me entorpecia.
Era você, bem ali.
Eu sempre te esperei por amor, sempre doeu te ver indo embora, sempre te esperei sair, sempre, sempre foi assim.
Mas, são as coisas que rondam minha cabeça, o passado que fere e eu apenas repito como se tudo isso estivesse aqui para machucar. Mas machuca quem?

hoje, dia 26 de fevereiro, estou cansado, nunca estive tão cansado, nunca estive tão sozinho...❞



- marcosask -


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