❝...Ontem, um velho amigo me visitou, passou um tempo conversando da nossa infância e das mudanças que aconteceram em nossas vidas após alguns acontecimentos.
Ele me pediu para ter muita fé, mas não consigo pensar apenas em mim, e como sempre, minha fé vêm junto a que deposito nas pessoas. Me perguntei, durante todo o tempo, porque Deus me escolheu para passar exatamente por isso, por esse momento tão doloroso e dodoentio?
Durante muito tempo atrás, em uma escola de muitos alunos, eu consegui ter um certo destaque, talvez pela criatividade que sempre tive, ou pelo meu jeito de ser disponível a todos na maioria do tempo.
Mas, também me recordo que, durante todos os dias em que sorri, achei que o mundo estava se abrindo para minhas ideias, quando os planos estavam seguindo num direcionamento positivo, eu não me recordo de perguntar, porque Deus me escolheu para passar exatamente por isso.
Assim, hoje, diante dessa dor, não me sinto digno de ter essa resposta.
Os momentos que me senti feliz, me manteve blindado em meu mundo e as críticas, só me serviam para avaliar, de maneira dispensável, as atitudes que tinha.
Mas, me esqueci, que a dor traz o sentido humano de ser. O reconhecimento do erro, das palavrae e atitudes que machucaram, de alguma maneira, o outro, passei despercebido. 
O reconhecimento é algo difícil de lidar.
Ouço as pessoas falarem, o quando a vida é difícil, o quanto gostariam de levar a vida que levo, de poder ter um pouco do que tenho e não dou o devido valor, mas não é bem assim que funciona.
No entanto, algumas falhas,  me fizeram enxergar a humildade, enquanto eu só pensava em estar bem e me sentir dono do mundo. Me esqueci que precisava da fé, para me manter vivo.
Quando era criança, imaginava ser um maquinista desses imensos trens de carga, passar dias seguindo os trilhos, de cidade em cidade, de estação em estação, mas hoje, imagino que o maquinista, desse mesmo trem, só queira voltar para casa e estar perto de suas pessoas queridas.
Eu não gostava da minha vida de criança, mas sinto imensa saudade do tempo que minha maior responsabilidade, era ir para a escola. E hoje, não gosto da minha vida de adulto, e talvez, sentirei saudade quando minhas possibilidades diminuírem conforme a idade.
Acho que a felicidade, depende muito de como enxergamos e aproveitamos os momentos, independente de como eles são. 
Quando eu andava de ónibus por ai, sentia segurança ao entrar em um, mas hoje, onde a cada passo que dou, e preciso de um automóvel, vejo o quanto a realidade que temos molda nossas necessidades.
Eu queria apenas, ser mais humilde, e não cobrar isso de ninguém, ter nas pernas a força para continuar e sonhar em silêncio, como todos os sonhos devem ser.
A beleza de tudo, quase sempre, tira nossa essência, muda o que queremos e repetimos internamente, e interruptamente. De que vale tudo isso, quando a humildade, o sonho e todas as expectativas de uma vida, te dão simplesmente as costas, você é convidado para sair e não mais voltar?...❞


- marcosask -


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