Porque não falar "eu te amo"?

❝...hoje, foi um dia, em que não devia ter visto o sol nascer, mas esperei sentado, tentando manter a postura, com a porta aberta e sentindo o frio matinal entrar, madrugada do dia 21 de julho de 2018. Lembrava que há dois dias atrás, eu prometi a mim mesmo, assistir o filme 500 dias com ela, que seria uma maneira de ter um momento de alegria, mas, como sempre, deixei passar. 
O sol nasceu, e eu só me lembrava de ter visto o relógio do celular marcar duas e trinta e cinco. Não tenho a mínima noção do que se passou até eu me encontrar sentado nesse sofá, sentindo frio, acho que, posso resumir num acúmulo inexplicável de tristeza e cansaço do meu corpo. Mas vou esperar mais duas horas e vinte e cinco minutos por um novo dia.

Não é sobre a tristeza, apenas,
e também não é sobre o que sinto, ou talvez, nem pelo que nem sinto mais,
não estou pedindo desculpas e nem é pelas desculpas esfarrapadas que dei.
estou extremamente agradecido até aqui, pelas migalhas, sou feliz assim,
estou falando sobre você.
mas também,
é sobre o céu e a terra, o que existe entre todo esse imenso azul claro e escuro, 
às vezes laranja, 
às vezes rosa, 
não é sobre a linha que separa nuvens de nós,
mas talvez seja onde tudo tenha uma simples explicação.

Porque não falar "eu te amo"?


Ouça essa música, é stairway to heaven do led zeppelin. Ouça até 2:13 segundos e pause.

Tem um momento que Robert Plant, vai parar de cantar e esperar Jimmy Page voltar a tocar com uma distorção diferente do início da música.
Nesse momento, te peço que solte a música, feche os olhos e ouça apenas ele falar que: "sente uma coisa ao olhar para o oeste, e que o seu espírito chora por estar indo embora". 

Mas não é sobre a tristeza, talvez seja sobre a despedida, ou talvez por EU não falar o "eu te amo" na hora certa, pois penso em te amar todo o tempo, em todos os momentos de saudade, mas, talvez seja um simples "talvez".

Deixe a musica rolar, e isso aqui é o que minha cabeça pensa até ela acabar.


Tem cores que nos fazem desistir antes do querer tentar, ser uma possibilidade.

Parece que o céu vai cair após a próxima curva.

Viver um dia frio de cada vez, tomar banho gelado e deixar que as horas passem sem um ponto final.
Tem dias que a dor passa.
Tem dias que ela volta incontrolável, rasga minha pele, perco noção de tempo, do que é necessário entre o certo e o dispensável.
Fechar os olhos e deixar passar, como se a direção não importasse mais, o medo deixou de ser consequente ao dia de ontem.

Vi um dia de sol, vazio, com a vida de todos acontecendo, enquanto estou parado no mesmo lugar.
Somos todos solitários, cada um sob seus próprios pés, pedindo perdão como se fosse a última oportunidade.
Para se sentir bem.
Para ser o correto a se fazer.
A solidão faz parte de mim, e só serve para mim mesmo.

Tem dias que as luzes marcam os olhos quando se apagam.



Parece que não há conexão entre as frases, mas é tudo o que se passa, o que dói e o quanto não sei lidar. Agora, me pego em pé, sentindo na ponta dos dedos, tudo o que meu coração expulsou dos olhos. Não é só fraqueza, mas é todo o acúmulo que não consigo deixar sair. 

O frio parece, ter uns oito graus, mas eu estou esperando o sol aparecer. Postura torta, segurando os dedos dos pés com as mãos, sentado no sofá e imaginando o porque disso tudo.


Sabe quando limpamos uma parede velha, e passamos uma cor completamente nova, encharcando gradativamente aquele mesclado de cores cinzas numa nova cara?
- sentei-me no sofá, os olhos doem.
Às vezes, é só uma questão de tempo. Mas a rotina machuca quando não há um início, ou um ponto final, a dor vem quebrando tudo que existe por trás do que é sólido, só para fazer merecer as conclusões erradas e sem a devida consideração.
- lentamente, deixo o ar entrar em meus pulmões, como se eu tivesse noção das consequências que teria o novo dia. 
O vazio não é apenas algo que possa dar as constas e desconsiderar como algo necessário, mas tenho a plena certeza do que vem para mim.
- desculpe pela voz de choro, por todo erro que cometi, parecer tão certo.
Me sinto desgarrado do mundo, inundado em minhas próprias palavras, entre as regras que devo manter e quebrar, com a certeza que já sou alguém só, não pelas pessoas que estão de alguma forma comigo, mas sim quando as luzes se apagam e eu não tenho nada mais para ver além dos tons escuros que enxergo o meu mundinho esqucido. É o que sou, e não consigo mudar sem ajuda.
Sabe esse ecstasy na foto acima?
É como me sinto às 3:35h da manhã, quando o silêncio reina e eu me pego lendo meus rascunhos e vendo o quanto as palavras que não devem ser ditas, soam de maneira bonita.
Vejo o quanto meus dedos cultivaram a nossa história, e que nesse exato momento, só me serve para diminuir o frio dos pés.


Mas, e verdade que a minha necessidade de falar meus sentimentos loucos, não é para aparecer a ninguém, é um desabafo para o mundo anônimo, de pessoas comuns e até tão infelizes quanto eu. Sei que pode incomodar um pouco, mas é algo que ainda não consegui mexer, é necessário para mim falar do que também não entendo. Minha única certeza, é que o nó da garganta, não desata, é estar aprisionado com as portas abertas e o sol brilhando lá fora. 
Sei que machuca, e todos assuntos passados, voltam a tona e só causam mais frustração. No entanto, somos humanos vivemos nisso para poder seguir nossos próprios passos...❞



- marcosask -

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